Recordações de um blogueiro - Magno Moreira na Praia da Macumba no Rio e o encontro com Maria Fulô
Depois de dizer a ela que era torcedor do Grêmio Foot-Ball Porto Alegrense e não era torcedor do time da minha cidade, Maria estendeu seu braço com dezenas de pulseiras de candomblé no meu ombro e cochichou ''Suncê nunca vai vê home nenhum mudá de time, ele inté pode mudá de muié , de igreja, religião de marca de cerveja e jamais vai mudá de time!'' sentenciou me e depois saiu de fininho sem me convidar para conhecer seu abaitolar, fiquei sozinho vendo os surfistas desafiando as ondas e levando caldos de água salgada quando me lembrei de uma música do mestre Sivuca, regravada pelos mutantes, na medida que a tal mulher se distanciava da orla comecei cantarolar -
''Adeus, vou me embora meu bem, Chorar não ajuda ninguém, Enxugue seu pranto de dor,
Que a seca mal começou. Adeus, vou me embora Maria, Fulô do meu coração,
Eu voltarei qualquer dia, E só chover no sertão. E os dias da minha volta, Eu conto na minha mão, Adeus Maria Fulô, Marmeleiro amarelou, Adeus Maria Fulô, Olho d'água estorricou.''
por Magno Moreira, 2018 atualizado em 2019
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