B N - UMA LENDA CHAMADA LABAREDA

 

Por Marco Antônio de Paula Franco 




 Ele, José Fudally, apelidado Labareda, morou por muitos anos dentro do próprio campo de futebol, no antigo Estádio Olímpico, hoje Albino Turbay, como funcionário da Prefeitura. Foi jogador em vários clubes da região e tinha um modo peculiar: gostava de jogar descalço. 

Na época, até que podia, em certos casos, hoje totalmente descabível. Outra mania era chutar, de longa distância, em um gol minúsculo, que mal cabia a bola, numa espécie de pênalti sem goleiro. Ele desafiava quem fosse: estipulava uma quantidade de cobranças e o cidadão já podia ir preparando as desculpas porque a derrota era certa. Labareda era assim: excêntrico, com aquele cabelão, nem naquele tempo – dos hippyes - apropriado. Até porque Labareda não tinha nada de hippye: extremamente tímido, e mais ainda, educado, lembro-me de quando chegava no cartório, mesmo que com o ambiente vazio ele não se dirigia a mim; rumava para o banco, sentava-se, boné na mão. - Sabe seu Marco, eu passei aqui porque dia 20 vai começar o campeonato, e quero inscrever o senhor... 

 Não adiantava negar, ele insistia, dizia isso e aquilo e acabava levando sua foto. Não tinha dinheiro para contratar os melhores jogadores, estes iam para os times bancados por prefeituras, empresas, mecenas e com o Labareda sobrava os, como diria o responsável pela nossa péssima situação atual, Lula, “companheiros”! 

 Tinha orgulho em dizer que na falta do dinheiro tinha uma laranjinha e gelo. E tinha mesmo. Volta e meia você tinha que se abaixar para ser nocauteado por uma laranja, lançada para este ou aquele. Eu sempre tive a dúvida do porque ele batizar seu time de Botafogo, se era palmeirense. E agora, com Labareda falecido é que não vou saber. 

 O Valdir do Intermercado sempre teve seu Internacional e me declarou palmeirense. Perguntado do motivo me colocou isso e aquilo, mas não me convenceu. A maior verdade é que já havia um Palmeirinhas, aquele da região do Cemitério, do pai do Neizinho e não caberia um segundo, num mesmo campeonato. Talvez fosse isso. Por outro lado o João Bola certa vez me explicou porque o seu time, o Leão do Vale, sempre foi verde, quando ele era Lusa (Portuguesa). Bola explicou que o CAFÉ era verde, e seu time nasceu inspirado no nosso profissional dos anos 70. Sobre isso fiquei extremamente triste quando mudaram a cor do Leão do Vale de verde para este tricolor atual. Foi um golpe inadmissível; me explicaram que era para ter as cores do município, mas nunca engoli. 

 Você trocar a cor de um time de futebol é como matá-lo. É o fim, do fim, do fim do mundo!!! A nossa história ficou maculada, coisa de quem não tem futebol na veia, não é do ramo. Mas voltando ao Labareda, nesta foto de hoje, o time dele traz bom elenco, é um time encorpado, que mescla alguns veteranos, e dois dos maiores jogadores amadores da nossa história: França e Luiz Zanzarini, já experientes. 

 Sinceramente eu não tenho a escalação, e vou precisar de ajuda, mas noto a presença, além do Zanzarini e do França, também do Comar, Churrasco, Carlão, Miltinho... (Esta coluna de hoje é em atendimento ao pedido do meu parente Joãozinho Liberati, pessoa que estimo e admiro).  

                       Publicado por Bisbi  Notícias -Link do Bisbi Notícias

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