Do Malutrom ao São Caetano: relembre times que foram do topo ao ostracismo no cenário nacional
Tuíca faz gol e Leão do Vale vence o Malutrom no Estádio Tancredo Neves, no bairro do Xingu, em São José dos Pinhais
Nos tempos da Terceira divisão quando Cianorte EC jogava contra o Malutrom PR, eram partidas disputadíssimas, em uma delas o zagueiro Tuíca , hoje vereador, fez um gol que salvou o Leão de uma derrota
GE lista algumas equipes que fizeram campanhas surpreendentes, tiveram anos de sucesso, mas depois sumiram e até mesmo fecharam as portas
Por Rodrigo Saviani — Londrina
27/06/2020 09h00 Atualizado há 9 meses/ Globo Esporte
O futebol brasileiro coleciona histórias de times que surpreenderam os grandes e alcançaram a glória, mas que depois caíram no ostracismo. Alguns deles sumiram do cenário nacional com a mesma velocidade que apareceram.
Outros ficaram por vários anos com boas campanhas, mas depois despencaram.
Há casos marcantes como o do São Caetano, que foi vice-campeão brasileiro duas vezes, chegou a uma final de Libertadores, conquistou o Paulistão, mas depois caiu.
Ou do Paulista de Jundiaí, campeão da Copa do Brasil em 2005 e que hoje está na terceira divisão estadual.
Tem gente que fez um barulho menor, mas também é lembrado pelos torcedores.
São Caetano
Fundado em 1989, o Azulão viu a glória de perto em 2000 quando o time de Adhemar e companhia saiu do Módulo Amarelo para ser vice-campeão da Copa João Havelange. Em 2001, mais uma final de Brasileiro, desta vez perdendo para o Athletico. No ano seguinte, chegou à decisão da Libertadores, sendo derrotado nos pênaltis pelo Olímpia, do Paraguai, com 40 mil torcedores no Pacaembu. O primeiro título importante veio em 2004, conquistando o Campeonato Paulista sob o comando de Muricy Ramalho. Meses depois, porém, o São Caetano sofreu o seu mais duro golpe: a morte do zagueiro Serginho durante uma partida contra o São Paulo, no Morumbi.
Em 2006, o time caiu para a Série B do Brasileiro. Em 2013, foi rebaixado no Campeonato Paulista e para a Série C do Brasileiro. No ano seguinte, mais uma queda, agora para Série D. Em 2016, ficou sem divisão nacional. Atualmente está na Série A2 do Campeonato Paulista e tem vaga na Série D do Brasileiro.
Santo André
Até 2004, o Santo André era um desconhecido para muitos. O maior feito nacional tinha sido a disputa do Campeonato Brasileiro em 1984, quando terminou em 10º. Vinte anos depois, o Ramalhão surpreendeu o país ao levantar a taça da Copa do Brasil, deixando Atlético-MG e Palmeiras pelo caminho e batendo o Flamengo na final, em pleno Maracanã.
A glória levou o time paulista para a Libertadores do ano seguinte, mas acabou eliminado na fase de grupos. Em 2009, o Santo André apareceu mais uma vez ao voltar a disputar o Campeonato Brasileiro.
A campanha, porém, não foi das melhores, e a equipe acabou rebaixada.
Apesar de ser vice-campeão paulista em 2010, perdendo para o Santos, o Ramalhão foi rebaixado para a Série C do Brasileiro no mesmo ano. Em 2011, caiu para a Série A2 do Paulistão.
Longe dos holofotes nos últimos anos, o Santo André voltou a brilhar em 2020, sendo o dono da melhor campanha do Campeonato Paulista até a paralisação por causa da pandemia do novo coronavírus. Agora o clube vive a incerteza sobre o retorno, com vários jogadores com contrato encerrado e tendo que trocar de "casa", já que o estádio Bruno José Daniel, no ABC paulista, está cedido para hospital de campanha.
Malutrom (PR) – O primeiro clube empresa do Brasil
A história do Malutrom no futebol começou há 25 anos, quando as famílias de dois grupos econômicos tradicionais de Curitiba, Mallucelli e Trombini (Malu + Trom) se uniram para jogos de masters. Com esta categoria, a equipe realizou vários jogos pelo Brasil e exterior. Em dezembro de 1994 o clube Malutrom foi oficializado na Federação Paranaense de futebol, passando a disputar os campeonatos de categorias amadoras, nas quais conquistou 12 títulos.
A era no profissionalismo veio somente em 1998, quando a equipe disputou a primeira competição profissional, a série A-II do Campeonato Paranaense.
E o sucesso não poderia ser melhor. Foi campeã estadual já no primeiro ano de disputa, garantindo a vaga para disputar a primeira divisão de 1999, ao lado dos principais clubes do Estado e acrescentando o 13º título à galeria de troféus.
Durante a competição, a equipe disputou 20 jogos, venceu 15, empatou 4 e perdeu apenas 1, totalizando 49 dos 60 pontos em disputa.
A diretoria uniu experiência com profissionais selecionados para compor a comissão técnica. Nela, estão Mauro Madureira, com passagens por Cruzeiro, São Paulo, Inter-RS e os três clubes paranaenses; Leomir, ex-zagueiro e Fluminense; Ivair, ex-Atlético e Bragantino; o zagueiro Nenê com passagens pelo Vasco, Atlético -PR e Vitória de Guimarães, entre outros
Em 1997, sob a presidência Juarez Malucelli, empresário no ramo da construção de obras, o Malutrom fez uma parceria com o São José E.C, da cidade de São José dos Pinhais, a 15 km de Curitiba, que adotou a equipe para o mando de jogos, com apoio da prefeitura local.
Com isto, a agremiação passou a disputar o paranaense com o nome Malutrom- São José. A partir do ano que vem, a equipe mandará seus jogos num estádio que está sendo construído em parceria, ocupando uma área de 21.700 metros quadrados e com capacidade de 20 mil torcedores.
Isto permitirá aos mais de 200 mil habitantes de São José contar com entretenimento oferecido pelo primeiro clube empresa do País
Para maior integração e conforto aos seus atletas, o Malutrom S.A possui sede esportiva em Guaratuba, Morretes, Curitiba e São José dos Pinhais, todas apresentando infraestrutura total. São quatro campos oficiais, quatro suíços, além de vestiários exclusivos, alojamentos salas de condicionamento físico, departamento médico e ambulância para emergências.
Fonte: Revista Placar, Globo Esporte,Jornal dos Esportes, Jornal do Brasil, Jornal o globo, Tribuna de Minas e Arquivo Pessoal Márcio Guerra
PESQUISA: MAGNO MOREIRA
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